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Voleibol

Assim como apresenta Bizzocchi (2016), alguns pesquisadores consideram a invenção americana uma adaptação de um jogo italiano difundido nos países latinos na Idade Média (séculos V a XV) e levado à Alemanha em 1893, onde ficou conhecido com o nome de Faust-Ball (Punhobol ou Fistball).


Criado no ano de 1895 pelo professor de educação física William G. Morgan, da Associação Cristã de Moços de Holyoke (Massachusetts, Estados Unidos da América), o voleibol foi planejado para ser um jogo que exigisse menor intensidade e contato físico, destinado a seus alunos mais velhos. Inspirado no Tênis, o professor Morgan fez algumas alterações, como a altura da rede, a retirada das raquetes, uma bola com maior circunferência, e mais pessoas dentro de quadra. Surgia assim o mintonette.

Quadra de Vôlei e posições para rodízio

O nome mintonette (minton + net), segundo alguns pesquisadores, baseou-se na similaridade do novo jogo com o badminton, já praticado na Inglaterra, e que teve sua difusão em solo americano iniciada naquele mesmo ano. Muitos acreditam que a escolha da altura da rede foi baseada no próprio badminton (BIZZOCCHI, 2016, p. 2).

No ano de 1896, após Morgan aprasentar no mintonette na Conferência de Diretores dos Departamentos de Atividades Físicas das Associações Cristã dos Moços (ACM) da região de Springfield, o dr. A. T. Halstead, professor da escola, sugeriu que o nome do jogo fosse substituído por volleyball.


A expressão VOLLEYBALL surgiu nos Estados Unidos, a partir da união da palavra francesa VOLÉE e da palavra inglesa BALL, em referência a característica do jogo de rebater a bola no ar. No Brasil usou-se, por muito tempo, o nome volleyball para referir-se ao esporte. Depois, ganhou as traduções volibol, voleibol e, hoje, é conhecido simplesmente como vôlei.


Segundo Bizzocchi (2016, p. 3)

dois acontecimentos contribuíram para a difusão do voleibol pelo país [Estados Unidos da América] no século seguinte: em 1915, uma resolução governamental recomendou sua prática nos programas de educação física das escolas norte-americanas e, em 1916, uma ação coordenada entre a ACM e a NCAA - órgão que coordenava os eventos esportivos dos colleges norte-americanos - publicou suas regras oficiais. Ao final desse ano, um artigo da revista Spalding Volleyball Guide estimou em 200 mil o número de praticantes do voleibol entre várias faixas etárias no território norte-americano, em unidades da ACM, escolas e colleges.

No ano de 1947 foi fundada a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), composta por 14 países, inclusive o Brasil. Em 1949 aconteceu o I Campeonato Mundial Masculino, em Praga, na antiga Checoslováquea, e, em 1952, aconteceu a primeira disputa da categoria feminina, em Moscou, na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). No ano de 1964, o Comitê Olímpico Internacional (COI) incluiu o voleibol no programa oficial dos Jogos, em Tóquio.


No Brasil, o esporte chega entre os anos de 1915 e 1916. A teoria mais aceita entre os pesquisadores é de que o voleibol começou a ser praticado no Brasil a partir de uma exibição realizada na ACM de São Paulo. Até o final da década de 1920, a prática do voleibol no Brasil era exclusivamente recrativa. Foi em 1944 que a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) organizou o primeiro Campeonato Brasileiro e, em 1951, o I Campeonato Sul-Americano de Voleibol Masculino, do qual o Brasil foi sede e campeão.


No ano de 1954 é fundada a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e, em 1956, acontece o primeiro campeonato nacional organizado pela instituição.


Atualmente o vôlei é jogado por duas equipes com 6 jogadores, em uma quadra de 18m de comprimento por 9m de largura, dividida ao meio por uma rede de 2,43m de altura para jogos masculinos e 2,24m para os jogos femininos.

Dimensões da rede de Vôlei

Tem como objetivo enviar a bola por cima da rede e entre as antenas, tentando fazê-la tocar no chão da quadra adversária. Cada equipe poderá dar até três toques na bola (além do contato com o bloqueio) na tentativa de enviar a bola ao adversário.


A disputa de ponto (rally) inicia-se com um saque, realizado atrás da linha de fundo de sua quadra. A bola deverá passar por cima da rede em direção à quadra adversária. A equipe que fizer a bola tocar no chão da quadra adversária, ganha um ponto. Caso a equipe que recepciona o saque naquele rally seja a vencedora, esta recebe um ponto e o direito de sacar no rally seguinte. Os jogadores desta equipe deverão realizar o rodízio, avançando uma posição, em sentido horário (6→5, 5→4, por exemplo), antes de realizar o saque.


Ganha o set a equipe que fizer, primeiro, 25 pontos, com diferença mínima de 2 pontos em relação aos pontos da equipe adversário (exemplo: 25x23, 26x24, 31x29…).


Segundo Bizzocchi (2016), podemos dizer que os principais fundamentos do voleibol são:

  • Saque;

  • Manchete;

  • Toque por cima;

  • Cortada;

  • Bloqueio;

  • Defesa.

Os fundamentos são aplicados nas situações básicas de jogo, que se sucedem dentro da dinâmica de ralis. São elas: saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa.


O Toque por cima é o fundamento que consiste no recebimento e envio imediato da bola com os dedos, realizado na altura da cabeça ou acima dela. Utilizado principalmente no levantamento, pode ser recurso para defesa e recepção de ataques e saques mais fracos. Existem variações desse fundamento: toque para frente; toque para trás ou toque de costas; toque em suspensão; toque lateral; toque com uma das mãos; e toque seguido de rolamento.


A Manchete é utilizada, principalmente, para defesas e recepções de saque, além de ser um recurso do levantador para recuperar bolas mais baixas. Consiste em um toque realizado com os antebraços, à frente do corpo e geralmente à altura da cintura.


O Saque é o fundamento que inicia e reinicia o jogo de voleibol. O saque por baixo é o primeiro tipo a ser ensinado. O saque por cima ou saque tipo tênis é um tipo de saque mais avançado, que pode ser classificado quanto a forma de contato com a bola: flutuante ou com rotação. No saque flutuante, a bola deverá percorrer sua trajetória sem girar nenhuma, e em nenhum sentido. O saque com rotação deve ser forte e dar à bola o máximo possível de giros e potência. Os principais tipos de saques utilizados atualmente são: o "viagem" e o "chapado".


A Cortada é o momento mais espetacular do voleibol. É um movimento seriado que inclui uma corrida inicial, um salto preponderantemente vertical e um golpe na bola, com o braço estendido e a mão espalmada.


O Bloqueio é a primeira tentativa direta de anular o ataque da equipe adversária. Realizado junto à rede, pode ser resumido como um salto vertical em que o executante, com os braços estendidos, tenta impedir que o atacante oponente envie a bola diretamente ao chão.



 

Referências:


ARAKI, Denis Pierre. Esporte e educação: saúde e cidadania na escola: 6º ano. 1. ed. São Paulo: Eureka, 2015.


BIZZOCCHI, Carlos "Cacá". O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 5. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2016.


COLLI, Eduardo. Universo olímpico: uma enciclopédia das Olimpíadas. São Paulo: Códex, 2004.


FREITAS, Armando; BARRETO, Marcelo. Almanaque olímpico SPORTV. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: COB Cultural, 2008.


Regras Oficiais de Voleibol 2017-2020. Disponível em: https://cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/REGRAS-DE-QUADRA-2017-2020.pdf

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