Ao longo da história dos esportes e dos elementos da cultura corporal em geral, as diferentes culturas e realidades sociais são capazes de criar novas modalidades a partir da adaptação e da transformação de uma já existente.
O Almanaque da Cultura Corporal apresenta uma modalidade que surgiu a partir da adaptação do Baseball: o jogo Vitilla.
A essência dessa modalidade se mantém igual a do Baseball, entretanto, seus materiais, regras e espaço de jogo apresentam diferenças que o caracteriza e que, por isso, pode ser uma opção para trabalho dentro de escolas, onde o espaço é menor e os materiais são fáceis de serem adaptados.
O Vitilla é um jogo típico da República Dominicana, sendo uma adaptação do Baseball. Segundo Adalberto Garcia, o Vitilla foi criado por crianças da República Dominicana que não tinham condições de comprar um taco, uma bola e a luva de Baseball. Por isso, na década de 1970, começaram a usar materiais adaptados para jogarem, e, com o sucesso, acabaram criando um jogo popular no país.
Ao invés de usarem os materiais específicos para a prática do Baseball, no Vitilla usa-se uma tampa plástica circular como bola e um bastão de madeira fino como taco.
Esses materiais eram de fácil acesso na República Dominicana na década de 1970, pois o taco usado no jogo se parece com o cabo de uma vassoura e a tampa, usada no lugar da bola, era uma tampa de garrafa de 5 litros de água, usada em hospitais do país.
O sucesso foi tamanho que depois que as garrafas de água pararam de ser produzidas, empresas começaram a produzir Vitillas próprias para o jogo.
Imagens retiradas do site Beteyah, fornecedora oficial dos materiais para prática do Vitilla. Disponível em: https://beteyah.com/collections/all
Diferente do Baseball, no Vitilla o campo possui formato triangular, com apenas duas bases, além do home plate (Home, primeira e segunda).
As equipes também são menores que as do Baseball. Na Liga Dominicana de Vitilla (LIDOVI), a equipe é composta por 5 jogadores mais um batedor.
Para os jogos da LIDOVI o campo de jogo deve ter formato triangular, com as seguintes dimensões:
Segundo o Regulamento básico e disposições especiais para a temporada 2023 da Liga Dominicana de Vitilla, a Raya de buena é uma "linha reta, definida entre o home plate e as outras duas bases, que serve de limite para determinar quando uma vitilla rebatida está na zona de falta ou na zona boa".
A dinâmica do jogo também é diferente, pois os materiais de jogo são diferentes. Para o arremesso não há caminhada, é feita do local que o arremessador está. Por ser muito leve, e de formato de disco, a Vitilla faz um trajeto instável, com muitas curvas e variações.
Enquanto no Baseball o strike ocorre quando o arremessador lança a bola dentro de uma área demarcada entre o espaço do joelho e o peito do rebatedor, com a largura do home plate (uma zona imaginária), no Vitilla o strike é contabilizado quando a Vitilla acerta em um objeto, de forma quadrada ou circular, localizado atrás do rebatedor (onde no baseball fica o Catcher).
A pontuação e as entradas são semelhantes ao baseball: cada equipe rebate uma vez por entrada e três eliminações encerram o turno de uma equipe. Um jogador marca quando avança por todas as bases e retorna ao home plate. A equipe com mais corridas no final do jogo vence.
A dinâmica do jogo é simples: o lançador arremessa a vitilla em direção ao alvo de ataque, localizado atrás do batedor. Esse, por sua vez, não pode obstruir o alvo, mas deve tentar rebater, com o taco, a vitilla lançada.
O Vitilla, embora tenha sua liga profissional, é muito popular e praticado nas ruas da República Dominicana, sendo um jogo tradicional do país.
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