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Práticas de Aventura

As Práticas Corporais de Aventura, ou simplesmente Práticas de Aventura, são, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um ambiente desafiador. Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações, como esportes de risco, esportes alternativos e esportes extremos. Assim como as demais práticas, elas são objeto também de diferentes classificações, conforme o critério que se utilize. Neste documento, optou-se por diferenciá-las com base no ambiente de que necessitam para ser realizadas: na natureza e urbanas. As práticas de aventura na natureza se caracterizam por explorar as incertezas que o ambiente físico cria para o praticante na geração da vertigem e do risco controlado, como em corrida orientada, corrida de aventura, corridas de mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo etc. Já as práticas de aventura urbanas exploram a “paisagem de cimento” para produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante a prática de parkour, skate, patins, bike etc.

Para além dessa definição, numa tentativa de apresentar os principais conceitos e manifestações que constituem a cultura corporal, para alunos do ensino médio, apresentamos que as Práticas de Aventura possuem características que estão ligadas

[...] ao ato de explorar as incertezas que o ambiente físico cria, na geração da vertigem/adrenalina e do risco controlado. A questão da busca pela sensação de vertigem, aquele frio na barriga e a adrenalina, aceleração dos batimentos, pela incerteza do que está por vir, caracteriza a grande motivação e especificidade dessas práticas. Diferente da Dança, da Luta, da Ginástica e do Jogo, as Práticas de Aventuras possibilitam o acesso do ser humano à uma dimensão da vida bastante específica: a aventura (Andrade; Cardoso; Carneiro, 2023, p. 16).

Inácio (2021), apresenta que existem diferentes possibilidades de classificação das Práticas de Aventuras, a partir de diferentes autores. Segundo Franco et al. (2014 apud Inácio, 2021), podemos classificá-las de acordo com o meio em que é realizada (terra, água ou ar); Marinho (2008 apud Inácio, 2021) e Uvinha (2001 apud Inácio, 2021) apresentam outra possibilidade de classificação a partir do meio em que são realizadas: desenvolvidas na natureza ou no meio urbano.

Inácio (2021) apresenta uma nova possibilidade de classificação das Práticas de Aventura, tendo em vista que alguns estudantes possuem dificuldade de compreender as modalidades a partir do meio em que são realizadas. Nesse sentido, o autor apresenta a classificação a partir da forma de deslocamento do praticante, como “a pessoa se move de um lugar para outro, digamos de um ponto A para um ponto B, ou para vários outros pontos em sequência, retornando ou não ao ponto de partida” (Inácio, 2021, p. 4).

Tal deslocamento nos leva à segunda característica ou elemento constituinte das PCAs: o SENTIDO do deslocamento, o qual pode ser vertical, horizontal, diagonal e até misto, como no surfe, onde o/a surfista está se deslocando sobre uma onda, geralmente da parte funda da praia para a parte mais rasa, fazendo um deslocamento quase horizontal, mas acrescido de uma série de outros deslocamentos na onda surfada, chamados de ‘manobras’, pelos quais o/a surfista sobe, desce, volta, avança, gira, salta, de acordo com suas próprias capacidades e desejos [...]
Como há várias ‘formas’ de deslocamento, indicamos que estas sejam consideradas como subelementos constituintes das PCAs; são elas o ‘DESLIZAMENTO’, as ‘HABILIDADES CORPORAIS’, o ‘ROLAMENTO’, a ‘QUEDA LIVRE’ e, finalmente, o ‘BALANÇO’ (Inácio, 2021, p. 4).

Inácio (2021) apresenta que essa nova forma de se pensar as Práticas de Aventura, a partir da forma de deslocamento, possa auxiliar “na direção de uma EF crítica, uma vez que propõe reflexões e decisões coletivas (professor/a + alunos/as) sobre as PCAs que serão desenvolvidas em aula, ao invés de uma pedagogia que apenas reproduz na escola a mesma lógica desenvolvida nestas PCAs enquanto conteúdos do Lazer e/ou do Esporte” (Inácio, 2021, p. 8).

Andrade, Cardoso e Carneiro (2023, p. 3), ao se esforçarem em produzir um texto que apresentasse “aos estudantes do Ensino Médio os conceitos, pressupostos e principais manifestações da Cultura Corporal”, sistematizaram um quadro com algumas das várias modalidades e estilos de Práticas de Aventura presentes no mundo, fruto das transformações e criações culturais de cada sociedade:

Fonte: Imagem retirada do texto Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio (Andrade; Cardoso; Carneiro, 2023, p. 16)


 

Referências:


ANDRADE, Leonardo Carlos de; CARDOSO, Gabriel Garcia Borges; CARNEIRO, Fernando Henrique Silva. Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio. Motrivivência, v. 35, n. 66, p. 1-22, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e94901 


INÁCIO, Humberto Luís de Deus. Proposta de classificação das práticas corporais de aventura para o ensino na educação física escolar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 43, p. e005321, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/rbce.43.e005321 

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