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Pimbolim, Pebolim, Totó, Futebol de mesa, Pacau, Matraquilhos, Futbolín, Metegol, Foosball, Baby-foot e Tischfussball. Todos esses nomes são sinônimos de um mesmo jogo, porém em determinadas regiões do Brasil e do mundo.


Nesse texto, como forma de padronização para escrita, e em certa medida em forma nostálgica (foi assim que aprendi a falar quando criança), usarei o termo "Pimbolim" para referenciar esse jogo.


Assim como outros jogos e brincadeiras tradicionais, afirmar o ano e local de criação desse elemento é algo muito difícil. Pesquisadores, em certo ponto, possuem um consenso de que as origens do Pimbolim estão ligadas à Espanha. Assim como apresenta Gonçalves (2017), o jogo é visto pelos espanhóis como um tesouro nacional e eles sustentam que foi concebido durante a Guerra Civil Espanhola. Segundo essa versão, Alexandre de Fisterra, o criador, desenvolveu o jogo para permitir que crianças feridas, que, assim como ele, não podiam jogar futebol, tivessem a oportunidade de desfrutar de uma versão alternativa do esporte. De acordo com essa narrativa, o inventor galego teria registrado a patente em 1937, mas infelizmente perdeu os documentos.


O Pimbolim ganhou popularidade rapidamente na Europa, em grande parte porque os fabricantes espanhóis adotaram o jogo como um produto nacional e intensificaram tanto a sua produção quanto a sua propagação. No entanto, os alemães contestam essa versão, argumentando que um alemão já havia comercializado uma mesa de futebol em 1930.


Gomes (2019) diz que:


Na Alemanha, a hipótese defendida é a de que, já em 1930, o esporte era praticado no país. Divergências de versões a parte, o que se sabe concretamente é que apenas em 2002 foi criada uma federação internacional para gerir a modalidade: a International Table Soccer Federation (ITSF). Desde então, é essa a entidade representativa do pebolim em todo o mundo, sendo a organizadora das Copas do Mundo e demais campeonatos mundiais.

A prática do Pebolim foi introduzida no Brasil na década de 1950, uma época caracterizada pelo desenvolvimentismo nacional e pelo crescimento das interações culturais no país, especialmente em relação à formação de um mercado. A introdução de diversas formas de entretenimento contribuiu para a popularização deste esporte em locais como bares, clubes e escolas, embora ainda fosse praticado principalmente em mesas não profissionais.


De forma sucinta podemos definir o Pimbolim como sendo um jogo, adaptado do futebol de campo para uma mesa, que consiste em manipular bonecos presos a manetes.


Assim como apresentamos no início desse texto, não há uma forma correta, um nome específico para esse jogo. Assim como apresenta o Clube Brasileiro de Pebolim:


Nossa diversidade cultural gera algumas variações acerca do nome em determinadas regiões como por exemplo: no Rio de Janeiro e parte do Nordeste, totó; no Rio Grande do Sul, Fla-Flu; ou até mesmo pacau em Santa Catarina. Considerando que em diferentes países os nomes também são bem variados, tais como, matraquilhos em Portugal; futbolín na Espanha; metegol na Argentina; foosball nos EUA; baby-foot na França e Tischfussball na Alemanha, nada é demais quando tratamos com carinho esta ótima modalidade esportiva.

As mesas de Pimbolim podem variar entre duas "formações táticas": 3-4-3 e o 2-5-3. Por ser um jogo, e, por isso sofrer adaptações e transformações, não há como afirmarmos as regras exatas de cada região. Entretanto, a partir do momento em que começou a existir campeonatos oficiais, regras para essas competições foram estipuladas para manter um padrão entre os atletas.


No ano de 2005, a International Table Soccer Federation – ITSF reuniu várias regras distintas de regiões diferentes e as transformou em um livro oficial para modalidade. Tais regras visam a organização de campeonatos que possuem como objetivo a classificação para o Mundial e podem ser acessadas aqui.


Agora, para partidas recreativas, as principais regras dos jogos são:


  1. Início da partida:

    1. Decide-se no par-ou-ímpar para escolher o lado da mesa;

  2. Serviço da bola:

    1. Qualquer um dos jogadores, deverá lançar a bola pelo buraco lateral da mesa que é para essa finalidade. A bola será considerada “em jogo” apenas após bater na parede oposta da mesa, caso contrário, a bola, deverá ser lançada novamente.

  3. Ponto marcado:

    1. O time que sofreu um gol, lança a bola obedecendo a regra anterior;

    2. Uma bola que entra e sai do gol, conta como gol normal;

    3. Gol de goleiro não vale 2 a não ser que seja combinado de forma diferente, fica a critério dos jogadores.

  4. Bola morta:

    1. Quando a bola parar fora do alcance dos jogadores, deve ser lançada conforme a Regra 2

  5. Bola fora:

    1. Se a bola sair da mesa, o time que serviu a bola pela última vez, serve novamente, sempre obedecendo a Regra 2

  6. Troca de posição dos jogadores:

    1. Os parceiros podem trocar de posição quantas vezes quiserem entre um gol e outro, ou entre partidas

  7. Nenhum dos jogadores poderá balançar, sacudir ou levantar a mesa.




 

Referências


CLUBE BRASILEIRO DE PEBOLIM. Curiosidades. Disponível em: https://cbp.esp.br/index.php/curiosidades/


CLUBE BRASILEIRO DE PEBOLIM. Regras. Disponível em: https://cbp.esp.br/index.php/regras/


GONÇALVES, André Martins. O Esporte que precisa ser tratado como um. Jornalismo Esportivo ECA/USP, 2017. Disponível em: https://www.usp.br/esportivo/?p=1239


GOMES, Eduardo de Souza. Pebolim, Totó, Fla-Flu ou Pacau? Um breve histórico do campo esportivo no Brasil, s/p. Ludopédio, n. 115, v. 5, 07 jan. 2019.

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