A Pelota Basca, um esporte presente nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, embora pouco conhecido no Brasil, possui grande popularidade na Espanha e França.
Seu nome, segundo Silva (2011), refere-se à região basca, norte da Espanha. Entretanto, há relatos que apresentam sua origem ligada à França, onde o jeu de paume (jogo da palma) era jogado, usando luvas para bater a bola contra uma parede. O jeu de paume era praticado, inicialmente, pela monarquia francesa, dentro de castelos durante a Idade Média. A partir do século XVI, o jogo chega ao norte da Espanha, em Navarra e La Rioja.
Sua baixa popularidade, atualmente, no Brasil pode estar relacionada ao fato de que, na década de 1940, durante o governo de Getúlio Vargas, sua prática foi proibida. Segundo Melo (2007), no ano de 1946 o Jogo de Pelota foi proibido por conta de seu caráter de jogo de apostas. Até antes de sua proibição, o Jogo de Pelota era bastante popular em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Santos, onde havia diferentes frontões (espaço de jogo) para sua prática. Na cidade de Santos
era praticado, entre outros locais, no clube União Esportiva, que aproveitava a estrutura de um antigo teatro, o Coliseu Paulista. Em São Paulo, desde a década de 1890 era praticado no Frontão Boa Vista, construído na esquina da Rua Boa Vista com a ladeira do Porto Geral. Futuramente aí seria instalado o Clube Atlético da Pelota. No Rio de Janeiro, havia ainda mais frontões, entre os quais o Frontão Boliche Nacional, o Frontão Brasileiro (localizado na Praça da República/Campo de Santana), o Frontão Fluminense ou Coliseu Lavradio, localizado na rua de mesmo nome (centro da cidade), próximo ao VeIódromo Nacional, e o Frontão Catete, localizado no bairro de mesmo nome. Havia ainda disputas no Jardim Zoológico e no Frontão Niterói, situado naquela cidade. A popularidade era alta, tanto assim que em 1893 foi lançado um periódico específico: Frontão (MELO, 2007, p. 96).
A Pelota Basca pode ser jogada individualmente ou em duplas. Existem diferentes modalidades, a depender do implemento com que a bola será rebatida:
“Pelota a mano”: se a bola for rebatida usando as mãos dos atletas, a modalidade receberá o nome de “pelota a mano”;
“Pelota a pala”: se rebatida usando uma pá (uma espécie de raquete de madeira, que lembra a raquete de frescobol);
“Frontênis”: se usada uma raquete de tênis;
“Cesta a ponta” ou “Jai Alai”: se usada uma espécie de cesta/concha, amarrada no braço do atleta.
Independente da modalidade, as regras são as mesmas: os jogadores precisam atirar a bola contra duas paredes que formam um ângulo de 90°, também chamado de frontão, acima de uma linha que varia entre 90cm e 1m de altura. Ao voltar, a bola só poderá tocar no chão uma vez.
Referências:
MELO, Victor Andrade de. Dicionário do Esporte no Brasil: do século XIX ao início do século XX. Campinas, SP: Autores Associados; Rio de Janeiro: Decania do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, através da sua Coordenação de Integração Acadêmica de Pós-Graduação, 2007.
PELOTA VASCA. Disponível em: https://www.santiago2023.org/es/deportes/pelota-vasca.html
SILVA, Marcelo Moraes e. A emergência das práticas esportivas em Curitiba: O Turfe e a Pelota Basca. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300665883_ARQUIVO_textoanpuh-MoraeseSilva.pdf
LAS ÁREAS DE JUEGO. Federacíon Española de Pelota. Disponível em: https://fepelota.com/fepelota/frontones/#
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