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Malabarismo com bolas

Quando falamos de malabarismo, a primeira imagem que nos vem à mente, com quase toda certeza, é o malabarismo com bolas. Embora comum entre as pessoas, seja por já ter vivenciado ou visto em circos, apresentações de artistas de rua, ou na televisão e internet, o malabarismo com bolas é uma ótima oportunidade para iniciarmos nas vivências e experimentações das modalidades/atividades circenses.


Assim como apresentado na publicação sobre o Prato Chinês, precisamos compreender que o malabarismo, na realidade, é uma categoria circense que envolve manipulação de objetos com agilidade e precisão, com o objetivo de não só lançá-los ao ar, mas também girá-los, equilibrá-los e manuseá-los com maestria.


A história do malabarismo vai além da história do circo. A manipulação e controle de objetos, historicamente está ligado a rituais, há, aproximadamente, 4000 anos. No antigo Egito encontra-se um dos mais antigos registros de malabarismos: os hieróglifos em Beni Hassan, uma cidade no Egito, que representam várias mulheres fazendo malabarismos com três bolas.


Hieróglifos encontrados no túmulo de Khnumhotep IV

O malabarismo também faz parte da cultura Japonesa, estando presente em manifestações culturais e brincadeiras antigas, como é o caso da Otedama: um jogo parecido com a brincadeira das “Três Marias”, com o objetivo de jogar uma bola enquanto pega o maior número de bolas do chão, aumentando o nível de dificuldade à medida que você canta as músicas e executa diferentes padrões de malabarismo.




Além dessas manifestações, podemos citar, ainda, a dança Hiko, uma manifestação cultural milenar originária de Tonga, no Oceano Pacífico, datada de aproximadamente 3000 anos atrás. Essa dança, predominantemente feminina, destaca-se pela habilidosa manipulação, pelas dançarinas, de nozes tui tui durante a execução de movimentos coreografados e a entoação de cânticos ancestrais.



Assim como apresenta Holland (1994), a partir do início do século XIX, o malabarismo se tornou uma parte essencial das formas de entretenimento emergentes. Formas e práticas de malabarismo do Oriente se tornaram populares, introduzindo objetos como o "devil-stick" e os "mouth sticks" para equilibrar bolas, além do malabarismo com o Diabolô, vindo da China e originalmente feito de bambu.


Enrico Rastelli, 1930

Com a popularização e a profissionalização do malabarismo (profissionais malabaristas), nomes importantes começaram a surgir. Enrico Rastelli, o malabarista frequentemente considerado o maior de todos os tempos, quebrou os recordes de número de objetos manipulados. Ele podia fazer malabarismos com dez pequenas bolas ou oito pratos. No entanto, ele era mais conhecido por sua habilidade incrível de manipulação e equilíbrio de bolas de futebol de couro.


Outro grande malabarista no início do século XX foi Paul Cinquevalli, que ficou conhecido como "A Mesa de Bilhar Humana" por sua apresentação mais famosa, na qual ele fazia malabarismos e rolava bolas ao redor de seu corpo, pegando-as em bolsos especiais em seu casaco de feltro verde. 

Paul Cinquevalli, 1908

Ao final de seu ato, ele pegava uma bola de canhão de 48 libras na nuca. Os truques originais de Cinquevalli o levaram a se tornar a inspiração para um novo gênero de malabarismo, os "Gentlemen Jugglers", que faziam malabarismos com itens do cotidiano como bolas de bilhar, chapéus, charutos, bengalas, louça e cadeiras.


De forma geral, é possível realizar malabarismo com qualquer objeto, desde bolas e pequenas argolas, até cadeiras e bolas de canhão.


Por ser uma atividade divertida, versátil e presente no imaginário das crianças e jovens, o malabares não só pode, como deve estar nas aulas de Educação Física escolar, uma vez que é um elemento da cultura corporal.


 

Referências:


HOLLAND, Charlie. Juggling. Grange Books Ltd, 1994.


VELEZ, Esteban. Women in juggling history. In.: International Jugglers Association, 2021. Disponível em: https://www.juggle.org/women-in-juggling-history/

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