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Kalaripayit


O Kalaripayit, arte tipicamente indiana, possui profundas relações com a vida social e religiosa dos camponeses de uma imensa região do sul da Índia e, segundo Reid e Croucher (1983), essa estreita relação existe há milhares de anos.


Seu nome é a junção de duas palavras usadas pelo povo de Kerala, que fala a língua malaiala: “Kalari”, que significa “lugar” ou “campo de batalha”; e “payit” que significa “práticas”. Assim, Kalaripayit significa “treinamento ou prática para o campo de batalha”.



Essa luta compreende dois grandes estilos que, por se distribuírem segundo uma divisão geográfica, são conhecidos como estilo do norte e do sul. Tecnicamente, o estilo do norte é caracterizado por técnicas de saltar e chutar no alto, pelos passos longos, posturas baixas e bloqueios e golpes aplicados com as mãos e os braços quase totalmente estendidos. O estilo do sul, por sua vez, é caracterizado pelo forte uso dos braços, dos ombros e do tronco. Este estilo possui mais movimentos circulares e, num primeiro momento, pode parecer mais violento que o estilo do norte. Os golpes e bloqueios são realizados, em geral, com as mãos abertas e os braços flexionados.


Em ambos os estilos, a arte do Kalaripayit é composta de quatro tipos de técnicas de combate:

  • o treinamento sem armas;

  • o treinamento com bastões de bambu ou de ratan;

  • o treinamento com diversas armas;

  • e, para os mais avançados na arte, as técnicas secretas de ataque aos pontos vitais (na Índia essas técnicas são chamadas de marma-adi).


As facas tridirecionais têm três lâminas dispostas a 90 graus umas em relação às outras. Acredita-se que essa arma foi inventada pelo mestre sulista Mathavan Asan. É útil para dilacerar e muito eficiente para bloquear ataques. A urumi ou espada de lâminas flexíveis é mantida enrolada e, quando solta, é vergastada no ar para produzir um barulho extraordinário, poeira, centelhas e confusão. Ambos os gumes das lâminas de aço são afiados, o que torna a urumi uma arma mortífera. O usuário cria ao redor de si uma espécie de tela defensiva, movimentando a arma rapidamente pelo ar em movimentos circulares e virando de repente para surpreender o oponente. Para deter o movimento da arma, o guerreiro a faz enrolar-se em torno da sua cintura (REID; CROUCHER, 1983, p. 63)



 

Referências:


ISHA SAMSKRITI. Urumi veesal. Disponível em: https://youtu.be/71ifyvaA8rY


NATIONAL GEOGRAPHIC INDIA. Kalaripayattu: The Ultimate Martial Art? | It Happens Only in India | National Geographic. Disponível em: https://youtu.be/WwuF1HkRnQg


REID, Howarad; CROUCHER, Michael. O caminho do guerreiro: o paradoxo das artes marciais. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Editora Cultrix, 1983.

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