O Esporte, enquanto elemento da cultura corporal, deve ser analisado nos seus diferentes aspectos, para que o professor possa determinar a forma que este conteúdo deve ser abordado pedagogicamente dentro da escola.
Se aceitarmos o esporte como fenômeno social, tema da cultura corporal, precisamos questionar suas normas, suas condições de adaptação à realidade social e cultural da comunidade que o pratica, cria e recria (COLETIVO DE AUTORES, 2012, p. 70)
Compreender este elemento demanda a apropriação do conhecimento já produzido sobre ele. Somente a partir da historicização é que se torna possível compreender suas contradições e, consequentemente, “estabelecer novas relações com essa manifestação cultural” (SOUZA; PINA; LOPES, 2013, p. 93).
A partir de uma visão crítico-superadora, compreendemos que o ensino exclusivamente do gesto técnico, cuja principal finalidade seja o treinamento especializado, o desenvolvimento motor, e a aptidão física, torna-se insuficiente. Logo, “colocar” um Esporte dentro da escola, onde os alunos irão apenas reproduzir aquilo que acontece “fora dos muros escolares”, para a abordagem crítico-superadora não basta.
Andrade, Cardoso e Carneiro (2023, p. 3), ao se esforçarem em produzir um texto que apresentasse “aos estudantes do Ensino Médio os conceitos, pressupostos e principais manifestações da Cultura Corporal”, sistematizaram um quadro com algumas das várias modalidades e estilos de Esportes presentes no mundo, fruto das transformações e criações culturais de cada sociedade:
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Fonte: Imagem retirada do texto Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio (Andrade; Cardoso; Carneiro, 2023, p. 17)
Uma das críticas apresentadas por Taffarel (2009), sobre o esporte puramente colocado dentro da escola, diz respeito à intensificação dos processos de espetacularização do esporte e da esportivização no âmbito escolar, reproduzindo e mantendo seus traços mais peculiares: competitividade, produtividade, individualismo, tecnicização.
Neste sentido, é necessário que dentro da escola, seja resgatado “os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defendem o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário” (COLETIVO DE AUTORES, 2012, p. 70).
Referências:
ANDRADE, Leonardo Carlos de; CARDOSO, Gabriel Garcia Borges; CARNEIRO, Fernando Henrique Silva. Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio. Motrivivência, v. 35, n. 66, p. 01-22, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e94901 .
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Editora Cortez, 2012.
SOUZA, C. E.; PINA, L. D.; LOPES, M. J. As relações entre esporte e saúde no capitalismo: tematizando contradições na educação escolar. In.: REIS, A. P. et al. (Orgs.). Pedagogia Histórico-Crítica e Educação Física. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2013.
TAFFAREL, C. N. Z. Esporte na escola e esporte de rendimento: reafirmando o marxismo contra as ilusões e as imposturas intelectuais. In: STIGGER, M. P.; LOVISOLO, H. (Orgs.). Esporte de rendimento e esporte na escola. Campinas: Autores Associados, 2009.
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