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O Diabolô (também conhecido como Io-iô chinês) é um objeto circense, presente na cultura humana há milhares de anos. Segundo Holland (1994), o Diabolô pertence ao mesmo grupo do pião e do iô-iô. Acredita-se que sua origem é chinesa e que, em tempos remotos, eram tradicionalmente feitos de bambu.



Segundo o Le Musée Du Diabolo (O Museu do Diabolô), na China Antiga o Diabolô recebia os seguintes nomes: Kong-zhu, Tjouk-Pan-Oul, ou Cha-Ling, dependendo do tempo e da região, embora o mais recorrente e usado pelos ocidentais é o Kuden-Gen, presente em uma das primeiras descrições ocidentais, realizada pelo Padre Amyot em 1792:


Este chocalho barulhento consiste em dois cilindros ocos de metal, madeira ou bambu, unidos no meio por um travessa. Cada uma das cavidades é perfurada com um buraco em direções opostas. A corda faz um laço ao redor da cruz. Ao suspender esse chocalho no ar e sacudi-lo com velocidade, há um ar rápido em cada uma das porções do cilindro, e ouve-se um ronco semelhante ao produzido pelo pião alemão (Le Musée du Diabolo, s.d., tradução nossa).

Por sua vez, o termo diabolô é moderno, derivado do grego dia bolo (arremesso através).


No século 19, viajantes franceses e britânicos introduziram o diabolô na Europa, onde recebeu o apelido de "diabo em duas varas". Adaptações surgiram, com versões em metal e madeira, e até mesmo um jogo de tênis peculiar entre aristocratas vitorianos.


O Le Musée Du Diabolo apresenta que a chegada do Kusen-Gen à Europa está ligada aos missionários de Pequim: por volta do ano de 1793, Lorde Macartney introuz o Kusen-Gen na Europa.


Em 1905, o francês Gustave Phillippart revolucionou o Diabolô com seu design moderno: cones de borracha em cada extremidade, proporcionando maior durabilidade em comparação aos modelos tradicionais de madeira e bambu. Essa inovação foi reintroduzida na China e em Taiwan no final do século 20, tornando-se o padrão até hoje.


Outro importante personagem para a difusão do Diabolô na modernidade foi C. B. Fry (1872 – 1956), responsável por escrever alguns artigos sobre o equipamento. Dois desses artigos estão disponíveis abaixo: The Devil Game: Diabolo - a very old and a very new exercise of skill and address, worth Knowing (O jogo do diabo: Diabolo - um exercício de habilidade e destreza, muito antigo e muito novo, que vale a pena conhecer) e The Modern Game of Diabolo (o jogo moderno do Diabolô).




A partir da década de 1950, o uso da borracha se multiplicou e possibilitou a construção do Diabolô com um material flexível, deixando-o mais resistente e maleável.


Sobolieva (2017) descreve o Diabolô como sendo:


[...] semelhante ao ioiô, só que muito maior em tamanho, e a corda sendo fixada nele por meio de varetas. O malabarista, tendo o brinquedo desenrolado na medida do possível, prende-o num fio, fazendo com que o diabolô deslize no fio. Do lado de fora, parece que Diabolô rola sobre o corpo de um malabarista, então os espectadores que assistem ao jogo costumam exclamar: “Como? Como é possível?" (Sobolieva, 2017, p. 4, tradução nossa)

De forma bastante simples, sua estrutura é feita de um eixo metálico, responsável por ligar duas copas (geralmente confeccionadas por plástico ou borracha), formando uma estrutura semelhante a uma ampulheta, com as extremidades abertas; e duas varetas, ligadas a uma corda, responsável por manter o Diabolô girando.




Um dos principais objetivos do Diabolô é fazê-lo girar na corda usando apenas as duas varetas, depois jogá-lo para o alto e pegá-lo novamente com a corda. A partir disso, há uma variedade de truques e movimentos que podem ser executados com um ou mais participantes.


 

Referências:


International Jugglers' Association. C.B. Fry, Gustave Philippart, And The Origins Of Modern Diabolo, 2016. Disponível em: https://www.juggle.org/c-b-fry-gustave-philippart-and-the-origins-of-modern-diabolo/


LE MUSÉE DU DIABOLO. Histoire du diabolo / History of the diabolo. Disponível em: https://www.museediabolo.fr/Histoire_History.X.htm


PIERRET, Priam. Anthologie du diabolo. In.: Diabolo Show, 2017. Disponível em: https://www.diaboloshow.com/anthologie-diabolo/


SOBOLIEVA, O. History And Stage Method Of Juggling With Hula Hoops. Innovative Solution in Modern Science, v. 2, n. 11, 2017. Disponível em: https://naukajournal.org/index.php/ISMSD/article/view/1134

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