As danças, enquanto elemento da cultura corporal, são expressões representativas de diversos aspectos da vida do ser humano podendo ser considerada uma linguagem social que possibilita a transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, etc (COLETIVO DE AUTORES, 2012, p.81).
Por serem parte presente na cultura de cada sociedade, a dança é posta por Franco e Ferreira (2016) como sendo um fenômeno que acompanha o ser humano desde o seu surgimento, assumindo o papel demarcador das mudanças ocorridas ao longo da história. Os autores colocam que o movimento corporal, antes da fala, era a forma de manifestação do ser humano diante do mundo, e que, como toda arte, a dança é fruto da necessidade de expressão.
Um fator importante durante o trato com as danças nas aulas de educação física, diz respeito aos traços e características próprias de determinadas danças que são, na realidade, símbolos próprios das culturas que essa dança pertence ou está inserida. Neste sentido, a historicização, não só do estilo de dança, mas de toda a realidade cultural, é ponto de partida e de chegada numa visão histórico-crítica e crítico-superadora.
Faz-se necessário o resgate da cultura brasileira no mundo da dança através da tematização das origens culturais, sejam do índio, do branco ou do negro, como forma de despertar a identidade social do aluno no projeto de construção da cidadania (COLETIVO DE AUTORES, 2012, p.82).
Andrade, Cardoso e Carneiro (2023, p. 3), ao se esforçarem em produzir um texto que apresentasse “aos estudantes do Ensino Médio os conceitos, pressupostos e principais manifestações da Cultura Corporal”, sistematizaram um quadro com algumas das várias modalidades e estilos de Danças presentes no mundo, fruto das transformações e criações culturais de cada sociedade:
Fonte: Imagem retirada do texto Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio (Andrade; Cardoso; Carneiro, 2023, p. 9)
Pensar as danças nas aulas de educação física, assim como qualquer outro elemento da cultura corporal, é pensar a história da humanidade; é refletir sobre estereótipos, sobre racismo, sobre questões de gênero, sobre embates religiosos, sobre luta de classes, sobre quem define se é “clássico” ou se é “popular”, se é da “elite” ou do “povo”. Pensar as danças nas aulas de educação física é pensar sobre as criações, transformações, fusões e destruições de culturas e de povos.
Referências:
ANDRADE, Leonardo Carlos de; CARDOSO, Gabriel Garcia Borges; CARNEIRO, Fernando Henrique Silva. Para entender a cultura corporal: uma introdução para estudantes de ensino médio. Motrivivência, v. 35, n. 66, p. 01-22, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e94901 .
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Editora Cortez, 2012.
FRANCO, N.; FERREIRA, N. V. C. Evolução da dança no contexto histórico: aproximações iniciais com o tema. Repertório, Salvador, nº 26, p. 266–272, 2016.
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