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Cururu

O Cururu é uma das danças típicas do Mato Grosso do Sul, muito comum na região do Pantanal, mas também realizada em algumas regiões rurais de Goiás, Mato Grosso e São Paulo.


Viola-de-cocho, símbolo da cultura pantaneira

A dança é praticada por homens que, em roda, tocam suas violas-de-cocho (um dos símbolos da cultura pantaneira) e ganzás, cantando versos que falam do cotidiano pantaneiro, reverência a santos, ou desafios improvisados entre os cantadores.


Rocha (2015, p. 8) nos diz que o Cururu ao longo do tempo “assumiu [...] formas e significados distintos em cada um dos locais onde se desenvolveu”. Como toda manifestação da cultura popular, afirmar como surgiu é algo muito difícil, por falta de documentação, por diferentes interpretações. O pesquisador nos diz ainda que na “maioria dos estudos sobre o tema, o Cururu remonta à época da colonização, como resultado do esforço dos primeiros missionários jesuítas que aqui utilizaram cânticos europeus com o intuito de atrair os nativos para a catequese” (ROCHA, 2015, p. 8), porém, há também estudos que defendem a hipótese de que “o Cururu [é] uma das danças cerimoniais indígenas que já existiam antes mesmo da chegada ao Brasil dos padres inacianos e que foram por eles adaptadas ao culto católico” (ROCHA, 2015, p. 8, grifo nosso).


Antônio Candido apresenta a seguinte hipótese sobre a dança:

“cururu significa, na sua forma primitiva, uma reinterpretação, e parcialmente reconstrução, de danças cerimoniais tupi [...] quando os jesuítas criaram a dança de Santa Cruz, ligou-se a ela como complemento” (CANDIDO, 1956, p. 13).

Em geral, como já dissemos, o Cururu acontece da seguinte forma: os cururueiros (aqueles que dançam o Cururu) iniciam a dança com uma louvação ao santo homenageado, ajoelhando-se diante da imagem ou do altar. Em seguida, a dança acontece com o grupo de homens organizado em círculo, que gira sempre no sentido horário, acompanhando a direção do braço das violas.



 

Referências:


CANDIDO, Antônio. Possíveis Raízes Indígenas de uma Dança Popular. Revista de Antropologia, Vol.4, Jun. 1956.


ROCHA, Anderson. Festa ribeirinha: cenas de um Brasil antigo nas práticas do cururu mato-grossense. 2015. 242 f., il. Tese (Doutorado em História) – Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/19061

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