top of page

Basquete

Atualizado: 21 de dez. de 2023


O basquete foi criado no ano de 1891, pelo professor de educação física canadense James Naismith, na International Young Men's Chistian Association Training School ( Associação Cristã de Moços - ACM) de Springfield, Massachusetts, Estados Unidos.


Segundo Daiuto (1991), a nova modalidade foi jogada pela primeira vez no dia 21 de dezembro de 1891, provavelmente entre as onze horas e meio dia, no ginásio da ACM de Springfield.


O objetivo do professor era criar um novo jogo que pudesse ser jogado em ambientes fechados, para manter seus alunos ativos durante os meses de inverno.


A primeira partida desse novo jogo foi realizada entre 18 alunos do Curso de Secretários da YMCA, divididos em duas equipes:


  • Equipe A: John J. Thompson, Eugéne S. Libby, Edwin P. Ruggles, William R. Chase, T. Duncan Patton, Finlay G. Mac Donald (capitão), William H. Davis, Tyman R., Archibald e Benjamim S. French.

  • Equipe B: George R. Welles, Wilbert F. Carey, Ernest G. Hildner, Raymond P. Kaichn, Genzabaro Sadakn Ishikawa, Franklin E. Barnes, George E. Day, Henry Gelan e Frank Mahan (capitão).


Consta que a contagem final foi de um a zero, para a Equipe A, com gol (ainda não era cesta) feito por William R. Chase. O professor Naismith foi o juiz nesse jogo (DAIUTO, 1991).



As primeiras regras do basquetebol foram publicadas, pela primeira vez, em dezembro de 1891, na revista The Triangle, da YMCA, de Springfield, Massachusetts (EUA), sob o título Um Novo Jogo. Em 15 de janeiro de 1928 foi publicado o primeiro folheto específico, contendo regras e especificações para o jogo:


Os gols serão duas cestas ou caixas com cerca de 0,381 m (15 pole-gadas) de diâmetro superior e de profundidade. Deverão ser presos um em cada extremidade do campo, a uma altura aproximada de 3,05 m (dez pés) do solo. O objetivo do jogo é fazer com que a bola entre no gol do adversário, o que pode ser feito atirando-a de qualquer parte do campo com uma ou ambas as mãos, obedecendo às seguintes regras: A bola deve ser de Football Association. Art. 1° - A bola deve ser atirada em qualquer direção com uma ou ambas as mãos; Art. 2° - A bola pode ser batida em qualquer direção com uma ou ambas as mãos (nunca com os punhos cerrados); Art. 3° - O jogador não pode correr com a bola. Ele é obrigado a atirar a bola do lugar onde a recebeu; somente lhe sendo permitido dar passos com a bola quando estiver tentando parar, depois de recebê-la na corrida; Art. 4° - A bola deve ser segura pelas mãos; os braços ou o corpo não devem ser usados para auxiliar o recebimento da bola; Art. 5° - Não é permitido empurrar, segurar, trançar os pés ou tocar no adversário; a primeira infração deste artigo, por parte de qualquer dos jogadores, será contada como falta; a segunda o desclassificará; Art. 6º - Considera-se falta bater na bola com os punhos cerrados, havendo transgressão dos arts. 3°, 4° e 5º; Art. 7º - Se os componentes de um dos quadros praticarem três faltas consecutivas, contar-se-á uma cesta para o adversário (entende-se por "faltas consecutivas" o caso dos adversários não haverem cometido nenhuma falta nesse meio tempo); Art. 8º - Uma cesta é feita quando a bola é atirada ou batida do campo para dentro da cesta, ali permanecendo sem que qualquer dos defensores da cesta tenha tocado na mesma. No caso da bola ficar sobre a cesta e o adversário tocá-la, será marcado ponto; Art. 9° - Quando a bola sai do campo, será devolvida pelo primeiro jogador que se apossar dela. Em caso de disputa, o fiscal a jogará no campo. O jogador que vai repor a bola em campo tem cinco segundos para fazê-lo, depois do que será dada ao adversário. Se qualquer dos quadros persistir em demorar o jogo, o fiscal deverá marcar falta contra o mesmo; Art. 10 - O fiscal - "juiz dos homens" - observará principalmente os jogadores, devendo anotar as faltas e notificar o árbitro quando forem feitas três consecutivas. Ele tem poderes para desclassificar jogadores, de acordo com o art. 5º; Art. 11 - O árbitro - "juiz da bola" - observará principalmente a bola, decidirá quando a mesma está em jogo, a que quadro pertence e marcará o tempo de jogo. Decidira ainda quando é feita uma cesta, contará as mesmas e desincumbir-se-á das demais obrigações comumente atribuídas aos juízes; Art. 12- O tempo de jogo será de dois períodos de quinze minutos cada um, com cinco minutos de intervalo; Art. 13 - O quadro que fizer maior número de pontos durante esse tempo será declarado vencedor. Em caso de empate, por acordo entre capitães, a partida será prorrogada até que seja feita uma cesta. O número de jogadores que compõem um quadro depende principalmente das dimensões do campo, podendo variar de três a quarenta jogadores de cada lado. Com pequeno número de disputantes, o jogo torna-se mais científico, porém com maior número é mais interessante. Estes jogadores podem ser colocados no campo conforme o desejo do capitão, mas tem sido verificado que "um guardião, dois guardas, três centros, dois alas e um atacante", dispostos nesta ordem, produzem melhor jogo. Compete aos dois guardas e ao guardião evitar que os adversários façam pontos; aos alas e ao atacante cumpre tentar marcar pontos, aproveitando os passes que receberam dos jogadores de centro; assim sendo, nove jogadores é o número ideal para cada quadro. Julga-se conveniente solicitar dos diretores a observação rigorosa destas regras, nos primeiros tempos de sua aplicação (DAIUTO, 1991, p. 117-118).

Os primeiros cestos usados nos jogos eram os que eram empregados na colheita de pêssegos, feitos de madeira e com o fundo fechado. Desde as primeiras partidas, a altura da cesta foi de 3,05 metros (10 pés).


Posteriormente, em 1893, iniciou-se o uso de aros de ferro, nos quais se prendia uma rede. Estas cestas, assim como os cestos de madeira, possuíam os fundos fechados pois, as regras determinavam que o gol seria válido somente quando a bola permanecesse dentro da cesta. Em algumas quadras usava-se um bastão para retirada da bola, enquanto em outras, uma escada para alguém subir e retirá-la.


Pouco depois, como nos apresenta Daiuto (1991), a firma Spalding apresentou um novo tipo de cesta, com um dispositivo inovador que possibilitava sua abertura por meio de uma corda. Assim, quando alguma equipe fizesse um gol, bastava puxar a corda presa à cesta e seu fundo seria aberto, fazendo a bola cair para reiniciar a partida, dando, assim, maior agilidade ao jogo.


Nesse momento, empresas começaram a fabricar modelos de cestas para a prática do Outdoor Basket (Basquete de campo), para momentos de lazer. No livro Basketball - its origin and development, de James Naismith, há uma foto de uma propaganda de cestas usadas para jogos ao ar livre:



A partir de 1915, começaram a ser usadas cestas semelhantes às atuais - 45 centímetros de diâmetro -, mantendo-se à altura de 3,05 metros, com o fundo aberto. A partir de então o gol seria marcado quando a bola passasse pelo aro da cesta.


Os primeiros jogos de basquete eram realizados em 2 tempos de 15 minutos, com 9 jogadores em cada equipe. No ano de 1904, em Saint Louis, Missouri, nos Estados Unidos, o basquete foi utilizado como esporte demonstração nos Jogos Olímpicos de 1904. Porém, somente nos Jogos de Berlim (1936), na Alemanha, é que o basquete se tornaria esporte olímpico.


Ao longo dos anos, novas regras foram sendo incluídas, ao mesmo tempo que regras foram sendo transformadas. As principais, relacionadas ao andamento do jogo, são:


  • Regra dos 8 segundos:

    • Inicialmente (em 1932) a regra era de 10 segundos, porém, essa regra foi alterada e agora é de 8 segundos. Essa regra diz o seguinte: a equipe é obrigada, ao receber a bola, seja após o reinício de jogo, reposição ou roubada de bola, deve fazer a bola ir para a sua quadra de ataque (em direção a cesta) dentro de 8 segundos.

  • Regra dos 3 segundos:

    • Um jogador não deverá permanecer na área restritiva dos oponentes (área de lance livre/garrafão) por mais de 3 segundos consecutivos, enquanto sua equipe está com o controle de uma bola viva na quadra de ataque e o cronômetro de jogo está ligado.

  • Regra dos 24 segundos:

    • Sempre que:

      • Um jogador obtém o controle de uma bola viva na quadra de jogo,

      • Em uma reposição, a bola toca ou é legalmente tocada por qualquer jogador na quadra de jogo e a equipe deste jogador que está fazendo a reposição, permanece com o controle da bola,

    • Esta equipe deve tentar um arremesso para uma cesta de campo dentro de 24 segundos.

    • Para ser considerado um arremesso para uma cesta de campo dentro de 24 segundos:

      • A bola tem que deixar a(s) mão(s) do jogador antes de soar o sinal do relógio de 24 segundos e,

      • Após a bola ter deixado a(s) mão(s) do jogador, a bola tem que tocar o aro ou entrar na cesta.


O jogo de basquete acontece entre 2 equipes, sendo que cada equipe possui 5 jogadores em quadra. O jogo é dividido em 4 quartos de 10 minutos cada (na NBA são 4 tempos de 12 minutos). Entre o 1° e o 2° tempo, e o 3° e 4° tempo, há uma pausa de 2 minutos. Entre o 2° e o 3° tempo há uma pausa de 15 minutos. Em caso de empate, períodos de prorrogação de 5 minutos cada são jogados até que um vencedor seja determinado.


A quadra mede 28m de comprimento, por 15m de largura. As cestas devem estar fixadas a 3,05m de altura, em cada uma das extremidades da quadra.


Os pontos são marcados atirando a bola na cesta da equipe adversária. Um arremesso feito de dentro da linha de três pontos vale dois pontos, enquanto um arremesso feito de fora da linha de três pontos vale três pontos. Um lance livre vale um ponto.


A cada quarto de jogo, cada equipe poderá fazer até 5 faltas. A partir da quinta falta, a equipe que sofre a falta tem direito a realizar dois lances livres (1 ponto cada).



 

Referências:


COLLI, Eduardo. Universo Olímpico: uma enciclopédia das olimpíadas. São Paulo: Códex, 2004


CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL - CBB. Regras Oficiais de Basquetebol – outubro/2022. Disponível em: https://www.cbb.com.br/wp-content/uploads/Regras-Oficiais-Basketball-2022-ALTERACOES-OUTUBRO-2022-Final.pdf


DAIUTO, Moacyr. Basquetebol: origem e evolução. São Paulo, SP: Iglu Editora, 1991.


FREITAS, Armando; BARRETO, Marcelo. Almanaque Olímpico: especial Jogos Rio 2016. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.


Comments


bottom of page