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Uma brincadeira e um brinquedo tradicional em várias gerações e em vários países, o ioiô está presente na memória e na vida de várias crianças, jovens e adultos.


De forma simples e direta, podemos definir o ioiô como sendo um brinquedo de formato simétrico em relação ao seu eixo de rotação, com um eixo (haste fina) que o atravessa, permitindo que ele gire, preso por uma corda flexível.


Assim como acontece com quase todos os brinquedos e brincadeiras, é uma tarefa muito difícil (para não dizer impossível) definir a origem exata dessa manifestação. D.W. Gould, pesquisador da história do pião, após tentar verificar várias teorias de sua origem, concluiu que o pião (assim como seu primo distante, o ioiô) foram inventados independentemente por diversas pessoas, em diversos lugares.


Acredita-se que a história do ioiô esteja ligada à China antiga, assim como o Diabolô. Sua primeira aparição gráfica foi descoberta em um vaso grego datado de 500 a.C., onde um jovem grego é retratado em ação com o brinquedo. Após essa menção inicial, as referências ao ioiô se tornam escassas, como se o brinquedo tivesse mergulhado em um longo período de esquecimento. Somente no século 18, na França, o ioiô ressurge em grande estilo, retomando sua popularidade.



Segundo Cassidy (1987), na França do século 18, o ioiô, chamado de "joujou" ou "emigrette", se tornou uma mania nacional. Segundo o autor, até o futuro rei Luís XVII, com apenas 4 anos de idade, foi retratado brincando de ioiô em 1789. Clubes dedicados ao brinquedo foram formados e competições realizadas. 


Da França, a onda do ioiô chegou logo à Inglaterra e ao resto da Europa. O príncipe de Gales, que se tornaria o rei George IV, também tinha seu próprio ioiô, chamado de "quiz". Assim como na França, o ioiô parece ter sido uma diversão aristocrática, especialmente popular entre a nobreza.


O ioiô teve seu auge no século 20, principalmente nos Estados Unidos. Sua trajetória de sucesso é marcada por figuras inovadoras e momentos memoráveis (Encyclopedia Britannica, 2024). Na década de 1920, o imigrante filipino Pedro Flores fundou a "Flores Yo-Yo Company", na Califórnia, revivendo um brinquedo que já existia há milênios. O nome "Yo-yo" vem da língua filipina, significando "vai e volta", refletindo perfeitamente o objetivo do brinquedo.


Em 1929, o empresário americano Donald F. Duncan comprou a empresa de Flores e impulsionou o ioiô. Através de campanhas publicitárias criativas e demonstrações de manobras por profissionais do "Duncan Yo-Yo", o brinquedo conquistou o público nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.


Duncan foi responsável por uma mudança crucial no design do ioiô. Ao invés de amarrar a corda no eixo, ele passou a prendê-la dando uma volta, abrindo um leque de novas manobras e elevando a experiência do jogo a um novo patamar.

Para combater imitações e garantir o sucesso do Duncan Yo-Yo, ele registrou a marca em 1932. No mesmo ano, organizou a primeira Competição Internacional de ioiô, em Londres, consolidando o brinquedo como um fenômeno global.


Apesar de atingir o pico de popularidade nos Estados Unidos no início dos anos 1960, o ioiô nunca saiu de moda. Ao longo do tempo, fabricantes incorporaram recursos como rolamentos (fazendo o ioiô girar por muito mais tempo), luzes e sons, tornando o brinquedo ainda mais atraente e divertido para as novas gerações.


O ioiô ultrapassa gerações, culturas e fronteiras, encantando pessoas de todas as idades com sua simplicidade, desafio e potencial criativo.


 

Referências:


CASSIDY, John. The Klutz Yo-yo Book. Klutz, 1987. Disponível em: https://archive.org/details/klutzyoyobook00cass/mode/2up


ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. Sports & Recreation: Games, Hobbies & Recreational Activities: Yo-Yo. Encyclopedia Britannica, 2024. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/yo-yo.

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